Os Correios vão fechar 513 agências e demitir 5,3 mil funcionários
Os Correios decidiram fechar nos próximos meses 513 agências próprias e demitir os funcionários que trabalham nelas, o que deve atingir 5.300 pessoas. A medida foi aprovada em reunião da diretoria em fevereiro e é mantida em sigilo pela empresa. Quem participou dela teve de assinar um termo de confidencialidade, o que não é usual. Na lista há agências com alto faturamento. Em Minas, das 20 mais rentáveis, 14 deixarão de funcionar. Os clientes serão atendidos por agências franqueadas que funcionam nas proximidades das que serão fechadas. Fim de linha Em São Paulo, serão fechadas 167 agências – 90 na capital e 77 no interior. A decisão causa polêmica dentro dos Correios. O assunto foi tratado na reunião da diretoria sem o anexo da relação de agências. A desconfiança é de que a medida foi tomada para beneficiar os franqueados. Com a palavra O ex-presidente dos Correios Guilherme Campos justificou que serão fechadas agências próprias que ficam muito próximas de outras operadas por agentes privados. Ele diz que o número de demissões pode ser até maior. Vai depender da capacidade financeira da empresa para indenizar os trabalhadores. A decisão exigiu sigilo, segundo o ex-presidente, porque envolve a demissão de muitos funcionários da empresa. A economia anual com o fechamento das agências somada às demissões é calculada em R$ 190 milhões. E-commerce com frete mais caro O reajuste no valor dos envios anunciado pelos Correios no início do ano gerou um aumento de até 40% no frete para algumas cidades. A conclusão é do Cuponomia, que demonstrou uma grande variação nos preços de frete de acordo com a cidade de origem e destino dos produtos adquiridos. Em alguns casos, por exemplo, o encarecimento foi pequeno, de apenas 4%, enquanto, em outros, as taxas chegaram a subir até os já citados 40%. Tudo depende, claro, das cidades. Foram consideradas quatro capitais do País – São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Brasília (DF) e Salvador (BA) – bem como lojas de diferentes categorias, todas entre os principais nomes do comércio eletrônico brasileiro. O maior aumento foi encontrado em um envio de um “copo para viagem” para a capital gaúcha, que de R$ 12,03 antes do reajuste, passou a custar R$ 16,80. Por outro lado, o envio de um tênis para a cidade de São Paulo ficou na outra ponta desse espectro, passando de R$ 8,90 para R$ 9,30. No meio termo está Salvador, que recebeu incremento de 25% no valor da entrega de uma TV de 43 polegadas. Por outro lado, o reajuste nas tarifas de serviços dos Correios também levou à redução nos preços do frete para alguns territórios. O envio da mesma TV que, para a capital baiana, custa 25% mais caro, teve redução de 23% para a cidade de São Paulo. Para a Cupomania, trata-se não apenas de um reflexo da mudança de preço, mas também de correções feitas por empresas de logísticas e parceiras comerciais por conta das alterações aplicadas pela estatal. Como normalmente acontece quando o assunto é o comércio eletrônico, porém, os maiores prejudicados são os Estados do Norte e Nordeste. De acordo com o levantamento, o envio de produtos de diferentes categorias para estas regiões pode custar até quatro vezes mais do que a entrega em cidades como Porto Alegre ou São Paulo. Um exemplo é o PlayStation 4, cuja remessa para a capital paulista sai por R$ 30, enquanto para a Bahia esse custo é de R$ 138. Uma explicação simples para isso é a localização geográfica das lojas, principalmente as maiores, que normalmente estão localizadas no eixo Rio-São Paulo. Como todos já devem imaginar, quando maior a distância percorrida, mais caro o custo do envio, devido à maior quantidade de logística envolvida. Sendo assim, para os Estados do Norte e Nordeste, o impacto dos reajustes também acaba sendo maior. Foi justamente esse um dos argumentos usados pelo Mercado Livre em fevereiro, quando liberou um manifesto, apoiado por outros varejistas online, contra o reajuste nas tarifas. Para a empresa de e-commerce, o aumento está acima da inflação e teria maior impacto justamente sobre os pequenos e médios vendedores, muitos deles usando sistemas de marketplace para venderem produtos e complementarem a renda familiar. Na época, uma liminar concedida pela justiça impediu que os Correios aplicassem as mudanças. Enquanto o Mercado Livre afirmava que o reajuste poderia significar aumentos médios de 51% no frete, a estatal rebatia afirmando que essa média seria de 8% nos principais mercados. Além disso, na ocasião, os Correios defenderam a aplicação de uma tarifa extra de R$ 3 para envios ao Rio de Janeiro devido à situação de segurança pública do Estado. O levantamento publicado pelo Cuponomia foi realizado entre 5 de março e 7 de abril. Os preços foram avaliados antes e depois das mudanças aplicadas pelos Correios em 13 varejistas brasileiros. Fonte: poa24horas Cidreira RS em Movimento